Como Parar de Tomar Medicamentos para Dormir?
- Joana Maria Matos
- 10 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Há pessoas que funcionam muito bem com medicação, por dias, semanas, meses ou até anos. Mas por vezes, podemos entrar em conflito connosco próprios por pensarmos que deviamos dormir bem naturalmente, ou que a medicação nos está ou vai ser prejudicial de alguma forma.
Aqui ficam 8 passos para poder parar de tomar medicação para dormir:
Avaliação da Necessidade de Parar
Examine se há um conflito interno entre o desejo de dormir sem medicação e a necessidade de dormir bem e considere os sentimentos que tem sobre tomar medicamentos para uma função natural do corpo. Perante esta identificação, avalie as suas preocupações sobre os possíveis efeitos na saúde a longo prazo.
Desmistificação dos Riscos à Saúde
Estude evidências científicas sobre os efeitos dos medicamentos para dormir na saúde - pode analisar o estudo de Lac e Lovato de 2019, p. ex. que não mostrou aumento significativo na mortalidade com o uso de medicação e entenda que a pressão para parar de tomar a medicação pode ser mais prejudicial do que o próprio medicamento.
Modelo de Acelerador e Travão
Aprenda sobre o sistema de sono, onde a sonolência é o acelerador e a hiperestimulação (stress, ansiedade, medo, etc.) atua como um travão. Reconheça que nenhum medicamento pode forçar o sono, apenas o corpo o pode fazr.
Compreensão da Fisiologia do Sono
Identifique se tem uma tendência natural para acreditar que consegue ou que devia ter controlo sobre o sono (viés do controlo).
Reconheça como esse viés o pode levar à crença errónea quanto à eficácia dos medicamentos.
Aprenda a diferenciar entre correlação e causalidade no uso de medicamentos e qualidade do sono - se tomarmos medicamentos podemos melhorar a qualidade do nosso sono (interdependência = correlação), mas os medicamentos não são a causa de um sono de qualidade (causalidade).
Desenvolvimento de um Plano de Ação
Por exemplo, discuta a intenção de parar a medicação com o psiquiatra ou médico, especialmente para medicamentos prescritos, e dessa forma obtenha orientação profissional sobre possíveis efeitos da retirada e desenvolva um plano de redução gradual, se necessário.
Para este plano de ação, deve ser feita uma avaliação do padrão de uso atual, isto é - determinar se o uso é regular ou irregular, analisar a eficácia atual do medicamento na qualidade do sono e considerar a possibilidade de regularizar o uso antes de iniciar a retirada.
Superar Desafios
Veja as "recaídas" ocasionais como parte normal do processo, não como falhas, e use, sempre que possível a autocompaixão para superar sentimentos de culpa ou frustração.
Mantenha o foco no progresso geral, não nos contratempos temporários (que às vezes nos fazem pensar que estamos a "andar para trás" ou que "nunca vamos ficar curados" - pensamentos muitos frequentes mas introsivos e negativos).
Para enfrentar a última etapa, reconheça que parar completamente pode ser psicologicamente desafiador e lembre-se que a diferença fisiológica entre uma dose muito baixa e nenhuma dose é mínima.
Mantenha-se focado na sua capacidade inata de dormir (mesmo que não tenha sempre, por vezes consegue dormir, nem que sejam apenas umas horas) e não na ausência do medicamento.
Cultivando a Autoconfiança
Para internalizar a confiança em si mesmo, reconheça que seu corpo é capaz de dormir naturalmente (mesmo que às vezes sejam apenas algumas horas) e lembre-se que qualquer sono obtido, mesmo com medicação (que, na maioria das vezes, só o faz ficar mais calmo), foi produzido pelo seu corpo.
Desenvolva uma narrativa positiva sobre a sua capacidade de dormir sem ajuda externa e, desse modo, evite julgamentos negativos sobre o uso passado ou presente de medicamentos.
Trate-se com a mesma gentileza com que trataria outra pessoa, de quem gosta muito, na mesma situação.
Use a autocompaixão como ferramenta para reduzir os conflitos internos e a sua ansiedade.
Estratégias de Retirada
Crie um plano de redução imediata ou gradual baseado em como se sente, não apenas em números, e considere um período de redução que pareça razoável e confortável para si.
Esteja preparado para ajustar o plano conforme necessário.
Avalie se a paragem imediata é apropriada, especialmente para uso irregular e prepare-se mentalmente para possíveis dificuldades iniciais.
Mantenha-se firme na decisão, evitando "testes" ou experimentos.

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